quinta-feira, 25 de junho de 2009

Rest in Peace...


25/07/2009... Ninguém estava preparado para esse fatídico dia, seja do surdo ao mais viril crítico musical, e era notório que, por mais que um dia isso fosse acontecer, não tínhamos alicerces pra suportar isso, nem eu, nem você, nem seus pais, ou qualquer um que tivesse tido qualquer tipo de contato com sua música... E não é preciso ser nenhum ‘fortune-teller’ pra saber que minhas asserções dirigem-se a morte daquele que seria alcunhado como o apodo de rei do pop – Michael Jackson.

Se você, leitor, tem menos de 20 anos e nunca teve qualquer contato com sua música ou sua obra(O que é quase impossível, pois ele não apenas criou um legado, mas se tornou o próprio legado, ele não fez história, ele não criou uma lenda, ele se tornou a história e a lenda) talvez não saiba o tamanho e a pujança com a qual este homem – talvez uma eterna criança – esculpiu seu nome na eternidade, tanto musical quanto mundial em termos gerais.
Michael Jackson começou como o menino negro, de voz doce e futuro duvidoso, fogo de palha, e que tornou-se não apenas o rei do pop, mas o rei das vendas, dos honorários, das multidões, dos desmaios femininos(fúteis ou não, garanto que você, exceto com um soco, talvez, nunca fez uma mulher desmaiar) e das danças excêntricas, experimentais, show’s performáticos de magnitude não antes vista. Seus show’s eram quase óperas do pop, mostravam mais que música, era quase arte cênica, seus clipes inovaram o mundo da música e da mídia especializada, com verdadeiros filmes musicais, que tornaram-se não só sucesso de audiência, mas influência para muitos profissionais, desde os músicos aos cineastas, seus singles vendiam como água em meio ao verão tórrido do Rio de Janeiro, e não havia cultura que o pudesse parar, desde os islâmicos xiitas aos nativos do Peru, todas as culturas curvaram-se a ele, a equipe dele(Já que não se pode coroá-lo apenas, mas deve-se prestigiar desde os compositores até os roadies que fizeram dele o que ele se tornou) e a ‘música’ dele. Sim, música entre aspas, pois a música de Michael Jackson ia muito além de um simples som gravado em pistas e que era difundido pelo mundo através de auto-falantes, às músicas dele eram um misto de performance cênica, clipes cinematográficos e verdadeiras trilhas sonoras, Michael Jackson inventou um novo jeito para fazer música, um novo termo para a palavra ‘música’, aonde os ouvidos não eram mais os sentidos protagonistas da recepção, as músicas do rei envolviam desde o tato até a visão, quase se podia sentir a gustação de suas músicas, desde baladas românticas até um flerte fugaz com o rock, sob a égide do seu talento, sempre.
Qualquer um aqui com mais de 20 anos se calou hoje, o astro pusilânime morreu, é difícil pensar que alguém que regou nossas infâncias com músicas, que nos disse que não importava ser branco ou negro, mesmo que uma pitada de racismo ainda lhe fosse inerente, e que nos proporcionou dias e noites de êxtase musical, que vendeu como nenhum outro e bateu todos os recordes mundiais no reino da música, já não existe mais, não é apenas um grande vazio dentro de qualquer um de nós, é um grande vazio, uma lacuna deixada no mundo da música que nunca será preenchida.

Michael Jackson foi mais que um músico, mais que um recordista que deixará seu nome eternizado nesse mundo pelas músicas, ele foi o garoto ‘adestrado’ pelo pai, para não ser gay, para não ser negro, pois embora de família negra, o pai de Michael impôs-lhe tamanho racismo e tirania, que hoje eu me pergunto se não há uma gigantesca parcela de sua culpa na morte desse astro tão querido por todos. Michael eternizou-se pelos escândalos, pela mente doentia – clichê dos gênios, e ele era um com certeza –, pelos escândalos de pedofilia e principalmente por ser o primeiro homem a nascer negro como um legítimo africano, de cabelos armados e ressequidos, e morrer alvo como um dinamarquês e de cabelo setiforme... Com certeza Michael foi muito além da música, muito além do que seu régulo pai poderia imaginar, muito mais do que qualquer um que viu aquele menino negro, de sorriso de través, mirrado e de trejeitos simpáticos poderia ir, ele não eternizou-se pela música, ele eternizou a música em um novo modo de fazê-la, ele eternizou-se pelas nuances(literalmente) de sua vida... Se um ser humano nasce emocionalmente com três missões básicas: ser amado, viver intensamente e ser eternizado... Michael a esmo conseguiu tudo que um homem precisaria para poder morrer em paz, e talvez por isso quisesse voltar aos palcos e reconstruir Neverland, para lembrar ao mundo sua existência e dizer um breve, porém não secular... Adeus.



"Devemos nos lembrar de toda a vida do Michael como exemplo, pois seja nos momentos de saúde e brilho, ou nos de insanidade e ostracismo, ele fez história como nenhum outro!"



R.I.P 25/07/2009

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